Muitos são os mitos em volta da reciclagem, tantos que às tantas não sabemos em que acreditar.
A propósito do Global Recycling Day, comemorado anualmente no dia 18 de Março desde 2018, partilhamos e esclarecemos alguns dos mitos que andam por ai. Este dia incentiva a olhar para o nosso lixo sob uma nova perspetiva e a reconhecer a importância da reciclagem na preservação dos preciosos recursos primários, bem como a garantia do futuro do planeta e das gerações futuras.
Vamos então aos mitos:
1 - Separamos, mas na recolha, misturam tudo no camião.
Não fazia muito sentido pedir às pessoas para reciclar e depois misturar tudo novamente, pois não? Os camiões de recolha seletiva de resíduos são bicompartimentados, o que permite recolher mais do que um tipo de resíduos numa só volta, e também poupar recursos. Nos centros de triagem, os resíduos recolhidos vão para áreas distintas.
Este mito pode ter surgido pelo facto do camião de recolha do lixo indiferenciado ter apenas um único compartimento.
2 - É preciso lavar as embalagens antes de as colocar no ecoponto
Não é necessário lavar as embalagens antes de colocar no ecoponto, só se preferir devido aos cheiros. Na verdade, um dos passos do tratamento destes resíduos é a lavagem.
Apenas é preciso escorrer o conteúdo e espalmar as embalagens para que ocupem menos espaço.
3 - O papel molhado pode ir para a reciclagem
O papel molhado pode ser um problema para a reciclagem devido à humidade, e pode estragar todo o processo. A percentagem de humidade para reciclar papel é baixa.
4 - Os materiais só podem ser reciclados uma vez
Apesar de não terem todos a mesma durabilidade, normalmente os materiais podem ser reciclados mais do que uma vez. O plástico pode ser reciclado entre uma a duas vezes sem perder qualidade e o papel entre cinco e sete vezes. Já o vidro e o metal podem ser reciclados vezes sem conta sem perderem qualidade.
5 - Os produtos feitos de material reciclado têm menor qualidade
Com a evolução dos métodos e da tecnologia, os produtos feitos de materiais reciclados têm cada vez melhor qualidade. Existem vários estudos que comprovam que, por exemplo, o papel feito a partir de material reciclado cumpre atualmente padrões de qualidade muito elevados.
6 - Os copos partidos podem ir para o ecoponto verde, afinal são de vidro
Na maior parte dos casos, os copos são feitos de vidro temperado. Este tipo de vidro já sofreu alterações na sua transformação e a sua reciclagem resultaria num vidro novo de baixa qualidade. Para além disso, o vidro e louças como as cerâmicas e a porcelana não fundem todas à mesma temperatura, o que provocaria instabilidade no novo material.
7 - Todo o papel vai para o ecoponto azul
Alguns materiais com o nome "papel" não podem ir para o ecoponto azul, como é o caso do papel autocolante, por exemplo. O papel sujo de gordura como as caixas de pizza, o papel higiénico, toalhetes, guardanapos... são alguns exemplos de materiais que devem ir para o lixo indiferenciado.
8 - A reciclagem não tem grande impacto...
Para além de ajudar a reduzir o lixo em aterro ou que é incinerado, também é significativa a poupança de recursos quando reciclamos.
Exemplos: produzir latas de alumínio com alumínio reciclado gasta menos 95% de energia do que as mesmas latas de matéria virgem (e também se poupa recursos). No caso do papel, poupa-se cerca de 60% de energia e nos casos do plástico e vidro cerca de 33%.
9 - Já pago a taxa de resíduos urbanos, porque tenho de ser eu a separar?
A taxa de resíduos sólidos urbanos suporta os custos de transporte, recolha, infrastruturas, tratamentos e salários, custos estes que dizem respeito aos resíduos que vão para aterro ou que são incinerados. E, apesar de ser um tema mais complexo do que aqui explicado, a verdade é que se reciclassemos menos era muito provável que esta taxa aumentasse, uma vez que muitos dos resíduos aptos para reciclagem seriam colocados no lixo indiferenciado e teriam como destino os dois citados anteriormente.
Fazer lixo não é gratis!